No passado dia 3 de Abril fomos surpreendidos por uma notícia no mínimo desastrosa.
Um petroleiro chinês, carregado de 65.000 toneladas de carvão e 950 de combustível, colidiu a toda a velocidade contra “a Grande Barreira de Coral”, junto á Costa Australiana, considerado o maior recife do mundo e que acolhe um número bastante variado e significativo de espécies marinhas, diz-se mesmo que é o único ser vivo que pode ser visto da lua, com uma extensão de 2.300Km.
No entanto, lamentavelmente, só no dia 12 de Abril o navio foi retirado do local, onde permanece a marca desta catástrofe, presente na enorme mancha de detritos tóxicos que flutua ao longo de 3km.
Como é de esperar, os danos causados são impossíveis de calcular do ponto de vista ambiental e estima-se que levaram cerca de 20 anos a ser reparados; este é de facto, um prognóstico assustador, a quantidade de espécies marinhas fulcrais para o equilíbrio do nosso ecossistema que serão afectadas e poderão vir a morrer serão as vitimas inocentes das aspirações económicas que países como a China, que não olham a meios para atingirem os seus fins, têm; já que alegadamente seguiam numa rota proibida. A verdade é que cada vez mais assistimos a um “braço-de-ferro” entre aquilo que são as aspirações económicas e as preocupações ambientais de cada país, e se, por um lado, estas últimas têm vindo há já alguns anos a ganhar terreno, em virtude da integração na união europeia, e nesse sentido, essencialmente através da transposição de directivas comunitárias (pelo menos no caso de Portugal); também é verdade que quando a economia avança, o ambiente é obrigado a um sacrifício maior e um recuo mais difícil de recuperar. Parece-me que ainda não temos a mentalidade necessária para perceber que as nossas acções destrutivas com o ambiente terão consequências inimagináveis e definitivas, perante as quais as economias irão irremediavelmente ceder, senão vejamos as tragédias ambientais que se têm repetido por todo o mundo, as alterações climáticas que todos temos vindo a sentir e todos os estudos científicos que comprovam que se não revirmos o nosso respeito pelo ambiente, não haverá misericórdia na resposta que vamos receber. De facto, ainda não percebemos que em última análise, sem ambiente a economia não pode proliferar, ainda não está enraizada como deveria a premissa de que “é melhor prevenir do que remediar”, é muito mais eficaz a actuação do ponto de vista preventivo, do que do ponto de vista da reparação, pois existem danos que nunca poderão ser ressarcidos, há espécies que ficam irremediavelmente condenadas à extinção, espécies essas que vão deixar de cumprir o seu papel no nosso ecossistema.
È urgente alterar mentalidades e dar mais atenção e respeito àquilo que é a “casa” de todos, e que todos temos o direito e o dever de proteger.
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