sábado, 22 de maio de 2010

O que é o ambiente e porque (não) o protegemos?

O ambiente, é como uma criança ou um animal, que não podendo queixar-se das maldades que lhe fazem, sofre em silêncio, impávido e sereno ( ou nem tanto assim).
Os animais e as flores são também parte do ambiente, são a componente FAUNA e FLORA, que já existiam há milhões de anos antes do primata racional chegar à terra, e que, cá continuará já depois de partirmos.
Mas porque os tornamos escravos dos desígnios da economia, dos interesses, e do poder, enfim?
Porque nos preocupamos tanto com a atmosfera que impõe um envolvimento imenso à escala planetária, que envolve um “engagement” de todos e que até hoje ainda não foi conseguido?
Porque não olhamos para lado, para as ruas, os jardins...em qualquer canto de Lisboa encontramos animais abandonados. Já para não falar do que não vemos. Todos os dias são sacrificados animais em laboratórios um pouco por toda a Lisboa, um pouco por todo o Portugal, um pouco por todo o mundo.
E engane-se quem pense que apenas os “ratinhos de laboratório” são sacrificados em nome da ciência, os animais são aos milhares, a variedade de espécies imensa. Ratos, coelhos, primatas não racionais, sapos, carneiros, moscas, cães, gatos....
O mais ridículo é que os testes em animais são muitas vezes estéreis, não produzem resultados práticos por um simples motivo: o sistema fisiológico e biológico dos animais muito pouco tem a ver com o dos humanos. Testar produtos oculares em coelhos só porque os seus olhos são grandes e são uma espécie barata é um erro.
Os estudos toxicológicos são os que mais animais sacrificam. Depois de várias tragédias terem ocorrido em pessoas que serviram de cobaias de testes a legislação tem vindo a impor que se realizem testes em animais antes de os realizarem em pessoas.
Todavia, o que parece indefensável é que a indústria cosmética faça experiências com animais e os condene à morte por puro narcisismo da nossa parte. Os produtos de cosmética são normalmente submetidos ao teste Draize, que utiliza coelhos e consiste na aplicação do cosmético numa zona depilada, com uma fita adesiva que é premida e arrancada várias vezes até eliminar diversas camadas de pele. O cosmético pode também ser introduzido nos olhos durante vários dias para registar eventuais lesões no tecido ocular, enquanto isto o coelho permanece imobilizado numa gaiola, com a cabeça de fora e as pálpebras mantidas abertas com clips de metal. Muitos partem o pescoço ao tentar escapar. Investigações realizadas provaram que a gravidade da reacção nos olhos do coelho não ajudava a prever os efeitos no globo ocular.
É aterradora esta realidade, e o argumento de que sem testes em animais todas as grandes multinacionais de cosmética e perfumes não poderiam subsistir também não colhe. A conhecida “The Body Shop” tem uma politica que é contra testes em animais e é uma das mais cotadas empresas no mercado.
Calcular o número de animais sacrificados é uma tarefa complexa. Segundo a “British Union for the Abolition of Vivesection” e o “Nuffield Council on Bioethics” em milhões de vertebrados são utilizados, todos os anos, em experiências em todo o mundo( dos quais dez milhões na UE). Este número não inclui os animais criados para investigação, os quais são posteriormente eliminados, nem os que se destinam à produção de novos espécimes. Não incorpora também os invertebrados, pois, salvo algumas espécies de cefalópodes ( polvos e lulas), não são abrangidos por qualquer legislação: podemos matar as moscas que quisermos.
Dentro do grupo dos vertebrados, os mamíferos são os mais utilizados, e destes, os que mais controvérsia suscitam são os primatas não-humanos. Os chimpazés, por exemplo, podem servir de cobaias durante toda a vida, veja-se o exemplo da fêmea Wenka, nascida em 21 de Maio de 1954, passou a vida de laboratório em laboratório, viveu sempre numa jaula com cerca de 2 m2.
Até que ponto temos o direito de sacrificar seres que sentem, aos quais é infligida dor, em nome da vaidade humana. O que mais assusta é que as pessoas cada vez se tornam mais escravas da beleza e vaidade, cada vez mais mulheres fazem plásticas, solário, etc e a ciência, por seu turno, cada vez inventa mais esquemas e estratagemas para “vender” a juventude, tentando reverter um processo que é natural e desejável: o envelhecimento.
Que culpa têm os animais? Que mal tão grande terão feito para serem tratados assim?
Onde está Deus que parece ter-se esquecido deles?
As interrogações permanecem e para a sociedade dita “evoluída” já não conta o animal em si, contam os números. A indiferença com que se aceitam estas realidades torna o Homem um ser incapaz de sentimentos como piedade e compaixão. Se já assim o é quando se fala de pessoas quanto mais quando o assunto são os animais.
Pior, é a consciência de que o Direito em NADA se ocupa dos direitos dos animais, os animais são, em direito civil, COISAS???!!!
Faz-me uma certa confusão que mentes tão sapientes e brilhantes (os teóricos do Direito) aceitem que se compare com animal com um relógio, um carro ou seja o que for. Animais são animais, coisas são coisas e pessoas são pessoas.
Será imoral considerar objectos seres que sentem?
Todas as criaturas possuem direitos inatos quer estejam ou não positivados.
Outra situação gritante digna de um filme de terror é a situação dos animais no circo. Parece inconcebível que em pleno séc. XXI ainda haja animais a trabalhar no circo, as animais são não palhaços. Como podem as pessoas divertir-se à custa do sofrimento dos animais? Os animais no circo são dopados com drogas, mal tratados, obrigados a fazer palermices para divertir as pessoas. Espanta-me que os teatros, musicais, bailados e operas estejam às moscas e os circos se encham se pessoas. Os maiores animais do circo são mesmo as pessoas que assistem a aplaudem este espectáculo.
A legislação tem vindo, muito lentamente a tutelar os direitos dos animais, ainda que sempre de uma perspectiva de “saúde pública”.
Fica a esperança de que, um dia, o Homem deixe de manipular a natureza e os animais a seu belo prazer.
Quanto mais conheço as pessoas mais gosto dos meus animais.

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