A energia solar é uma das formas ou manifestações de energias renováveis mais conhecidas. É uma energia obtida por via da radiação solar directa, que pode ser aproveitada de diversas formas e através de diversos tipos de conversão, permitindo a sua utilização nas aplicações térmicas em geral, na obtenção de força motriz diversa, na obtenção de electricidade e energia química.
Notícia
"Empresa de Leiria estuda novas soluções
Sunaitec certifica estrutura solar
A Sunaitec desenvolveu, patenteou e colocou no mercado uma estrutura solar multifunções na vertente solar térmica que obteve recentemente a certificação e que o administrador da empresa de Leiria aponta como uma “excelente alternativa” aos colectores solares tradicionais, cuja instalação é obrigatória nas novas habitações. A estrutura é “radicalmente” diferente, desde logo porque assenta em aspectos tecnológicos “incomparáveis”, refere Amílcar Lopes.
O engenheiro aeronáutico explica que a estrutura tem orientação solar inteligente, o que lhe permite estar sempre
alinhada em relação ao sol e, logo, apresentar uma rentabilidade “muito maior” do que os colectores tradicionais. Por outro lado, todo o funcionamento é controlado por um microprocessador que, entre outras funções, coloca o sistema em modo de segurança para não captar a radiação do sol e, assim, permitir controlar o excesso de temperatura provocado por falhas de electricidade ou não utilização durante períodos prolongados, situações que podem implicar custos de manutenção. “Temos inclusive a possibilidade de desligar e ligar o sistema, bem como de monitorizar todo o equipamento através da internet”, explica. Amílcar Lopes aponta a integração arquitectónica do sistema e as suas multi-funcionalidades como duas das grandes mais-valias. “Pode ser usado em fachadas com a função adicional de sombreamento, em varandas como guarda corpos, ou como cobertura. Neste caso, são acoplados aos receptores solares elementos especiais e sensores de chuva, para que fechem quando começa a chover. As estruturas solares da Sunaitec servem para fazer o aquecimento de águas sanitárias e de piscinas, mas também a climatização de edifícios, através do aquecimento por piso radiante.
Depois da introdução no mercado do equipamento na versão térmica, novas aplicações estão a ser desenvolvidas, agora na vertente fotovoltaica. Neste projecto em que a empresa está a preparar uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional está envolvido não só o administrador, mas também Luís Lopes, engenheiro mecânico, que participa activamente em todo o processo, “acrescentando uma mais-valia nas áreas de engenharia e concepção do produto”. A estrutura solar apresenta ainda um elevado potencial para, em integração com outros equipamentos em fase de desenvolvimento, proporcionar a geração de energia eléctrica a partir do vapor, ou o arrefecimento de habitações, também a partir da energia solar, explica o empresário. I
Raquel de Sousa Silva
Amílcar Lopes, administrador da Sunaitec
“Para haver uma patente tem de haver inovação”
Como é que surgiu a estru- tura solar Sunaitec?
Antes da constituição da empresa começámos por desenvolver o projecto e patentear o produto, com o apoio do PRIME. Envolvemos no processo várias empresas, que acreditaram no projecto e investiram por si para depois virem a fabricar e fornecer os componentes do equipamento em exclusividade. Duas delas são aqui da região. A incorporação de matéria-prima nacional é na ordem dos 90%. A função da Sunaitec é sobretudo na área do desenvolvimento, comercialização e apoio técnico.
A internacionalização é um objectivo a curto prazo?
É. Estamos a sentir muito interesse do mercado internacional.
Assinámos há pouco tempo um protocolo com uma entidade brasileira, que será o nosso representante nesse mercado. Há uma outra entidade nos Estados Unidos que está bastante interessa da na nossa tecnologia. Temos pedidos de patente em 14 países, nomeadamente nos Estados Unidos, Brasil, Canadá, Austrália, China, Japão, Israel, além da União Europeia. Temos a patente nacional desde Janeiro de 2007, mas o processo internacional é muito moroso. Penso que ainda este ano obteremos a atribuição da patente nos Estados Unidos.
O produto final será enviado de Portugal ou fabricado no país de destino?
Ainda não está totalmente definido. Mas vamo-nos bater por exportar o produto fabricado. Nunca haverá produção total no local de destino, porque não queremos passar a tecnologia que desenvolvemos, para que outros copiem. Estou a falar nomeadamente da parte inteligente do sistema, que é bastante complexa. Assenta em processos de guiamento activos, quando até agora só existiam normalmente os sistemas de guiamento astronómico, que são menos precisos.
O registo de patentes não é ainda prática corrente da maioria das empresas. Porquê?
Uma patente não é fácil de conseguir. Para haver uma patente tem de haver inovação. E a inovação não existe por aí em abundância. Por outro lado, nem sempre a inovação feita pelas empresas tem um sentido prático, gastando dinheiro em patentes que depois não servem para nada. Registar patentes, nomeadamente internacionais, fica bastante caro."
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